Descrição
Todos os homens são girassóis, de Solange Sólon Borges, alcança sua 2ª edição, após tiragem limitada ao ser agraciada com prêmio da Academia Paulistana da História, em sua 1ª edição.
O intuito do romance não é apenas apresentar uma linguagem que transita entre poesia e prosa, uma prosa poética tocada por fatos familiares, memorialística, mas que provoca a sensação de que a história poderia ser a de qualquer um; quem lê se convence de que sempre sentiu aquilo, viveu algo semelhante em sua trajetória. Nessa simbiose de ficção e não-ficção, a autora apresenta histórias de ciganos que murmuram o nome de uma pessoa na boca de um peixe e o soltam em um rio para que a morte se confunda e não a leve.
Em outros momentos, puxa histórias da vida mais do que real: “As canequinhas de ágata também à espera do ritual do café. Esse era mais fraco, menos encorpado. Porém, o mesmo ponto de ebulição. Então, eu me aproximava do fogão a lenha para sentir o cheiro da brasa atiçada, queimando até o limite, para que o nariz sentisse o que era o calor insuportável, traçando marcas de fogo em minha memória para que nunca mais se apagassem. A madeira enegrecida. Mas eu sabia que de algum modo que o olor da lenha ardendo era o da Humanidade desde os primeiros encontros à volta das fogueiras no tempo das cavernas. Então, vinha a sede de café e da água descansada em potes de barro: a mistura entre saciedade e frescor de minha história junto à terra.”
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